Direitos Trans: lutas, desafios e desejos

 

Vivian Maurelli 

No dia 20 de novembro de 2018, reuniram-se no auditório do Labitics, na sede da Unisinos em São Leopoldo, alguns sujeitos, sujeitas e sujeites para refletir sobre os direitos trans, travestis, transexuais, seus processos de lutas, resistências, desejos, para aportar a uma sociedade diversa. Essa foi uma ação de conscientização sobre a data de 25 de novembro, dia das Não Violências Contra A Mulher.

Foram convidadas para compor a mesa de debates a ativista travesti, segundo Sargento da Marinha do Brasil, Coordenadora Política da Antra, Coordenadora do PreparaNem para população LGBTI de Niterói, membro do Conselho de direitos LGBT de Niterói, Bruna Benevides, que participou do evento através de vídeo conferência. A ativista dos direitos humanos, mulher trans, formada como Técnica em Farmácia, cursando agora gestão pública e candidata a deputada estadual do Rio Grande do Sul pelo PSOL, nas eleições 2018, Natasha Sousa; a ativista dos direitos travestis formada em Administração de empresas, cursando pós-graduação em políticas públicas LGBT, atuante em ONGs nacionais para captar recursos para as lutas da população de Travestis e Transexuais e na luta contra a epidemia do HIV, Amanda Sperb e a ativista travesti, graduada em Design pela Universidade Feevale, atualmente diretora do Grupo Outros Olhares, na cidade de Sapiranga, onde atua em projetos de visibilidade, prevenção, direitos humanos e cidadania da população LGBT e minorias marginalizadas, especialmente da população trans, Cléo Soares, além da professora da graduação e pós-graduação da UNISINOS, coordenadora do Grupo de Pesquisa PROCESSOCOM e membro fundadora da REDE AMLAT, professora doutora Jiani Bonin.
A fala das convidadas trouxe suas lutas e experiências diárias, falando sobre o exercício de direitos das pessoas trans, travestis, transexuais, e as lutas para se reconhecer cidadãs, o espaço dessas pessoas no âmbito político do Brasil, e a experiência do acesso à educação universitária para trans, travestis e transexuais.

O evento encerrou com o monólogo ‘Ela em 64: Traços de uma transexual na ditadura’, que foi representado pelo artista Dionny Twist e teve a sua inspiração na vida de Anyky Lima, transexual de 63 anos e sobrevivente da ditadura militar. O monólogo apresentado trouxe à tona a tortura, o medo, a rejeição, a importância da educação e da família, o desejo, a reivindicação dos direitos básicos e os conflitos com o próprio corpo.

O evento foi uma realização do grupo de pesquisa Processocom, com a parceria da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (ANTRA), da Associação Igualdade Guaíba e da ONG Outros Olhares de Sapiranga. Para aqueles que estiveram no encontro, foi uma oportunidade de conhecimento da rotina dessas sujeitas, das suas lutas diárias, os seus desejos e receios para o futuro. Se os tempos não são fáceis, e se o futuro nos assusta, que nós possamos ser o amor nesses tempos de cólera.

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